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sexta-feira, 1 de abril de 2022

Síndrome do Cólon Irritável e as Emoções

 

Estima-se que 10 a 20% da população sofra desta doença. As mulheres são duas vezes mais afetadas do que os homens. Saiba mais sobre Síndrome do cólon Irritável.

A
síndrome do intestino irritável, resulta da conjugação de fatores físicos e psicológicos, que afetam o cólon e originam uma série de sintomas digestivos: crónicos ou recorrentes.

 O corpo e a mente são indissociáveis, portanto, após o diagnóstico realizado pelo médico, o tratamento também tem que ser direcionado para as duas vertentes: física e mental.

É importante que o paciente perceba que hábitos ou rotinas necessitam de ser alteradas, sejam estas, alimentares ou emocionais – os sintomas vivenciados aumentam a ansiedade e a ansiedade, por sua vez, amplifica os sintomas.

Só para contextualizar, os sintomas físicos são: obstipação, distensão abdominal, diarreia ou dor local – são tratados com medicamentos e prebióticos/probióticos.

Em relação à gestão emocional, o tratamento e acompanhamento pode ser feito através de uma equipa multidisciplinar: terapia para ajustar os conhecimentos e comportamentos ou, no caso de ser necessário psiquiatria, através da medicação com psicotrópicos, ansiolíticos e, por vezes, antidepressivos.

A ansiedade, o stress e outros estados depressivos, são sintomas que associamos a uma vertente mais emocional ou psicológica mas somatizam no nosso organismo afetando o nosso segundo cérebro.

Utilizando a expressão corriqueira: “difícil de digerir”, quando nos referimos a um assunto complicado de assimilar, associando ao sistema digestivo, portanto, apesar do intestino ser o centro ou o processador das nossas emoções, existem órgãos que pela sua funcionalidade podem ser afetados pelas nossas emoções: boca, garganta, estômago

O intestino, é o cérebro que opera e “sente” mais, tornando-se hipersensível para alguma s pessoas do que para outras, estando ligado ao sistema nervoso entérico e autónomo, manifesta as suas “dores e desconforto” através de diarreia ou obstipação.

Clinicamente, o órgão não sofre alterações físicas, mas sim funcionais, uma vez que a função do intestino fica comprometida e está ligada à emoção vivida, num determinado momento ou fase da vida. Contudo, sendo um círculo vicioso, ao não resolver os sintomas físicos, estes influenciam, novamente, o estado emocional.

A obstipação e a diarreia ocorrem alternadamente, causando distensão abdominal, que para além do desconforto pode ser dolorosa ou não. Seja como for, esta inflamação está associada, também ao nosso sistema imunitário, uma vez que o nosso microbioma (bactérias residentes no cólon) sofre diretamente com esta forma de vida. Podem surgir alergias e outras doenças imunitárias, uma vez que o sistema imunitário está fragilizado.

Emoções que se somatizam

A ansiedade e o stress são os principais influencers do intestino, acelerando o transito, na sua maioria das vezes, levando o portador a ir mais vezes à casa de banho.

Algumas alterações que ocorrem em paralelo:

- Falta de controlo sobre o que depende de nós;

- Medo do futuro e pressa em resolver os assuntos pendentes;

- Frustração e raiva generalizada;

- Falta ou baixa autoestima;

- Foco nos problemas, não encontrar soluções;

- Pensar demasiado e dormir pouco/insónias.

Primeiros passos…

1.    Procurar terapia e acompanhamento médico para reequilíbrio físico e mental.

2.    Aprender a respirar: respiração abdominal para reduzir os impactos do stress e ansiedade vivenciada mentalmente e fisicamente.

3.    Procurar neutralizar e relativizar: o que lhe acalma e distrai a mente? Onde se sente bem e em paz? Quem a pode ajudar neste processo?

4.    Aprender a fazer pausas, seja pontualmente seja regularmente.