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sexta-feira, 27 de abril de 2018

Gestão de Conflitos internos


Todos já vivemos dilemas: situações onde residem dicotomias, vivemos sentimentos contraditórios, desejamos duas coisas opostas.
Normalmente, quando isto ocorre, temos dois personagens dentro de nós, o “bom e o mau”: porque olhamos para o nosso interior, com sentimento crítico e julgamo-nos por desejarmos algo “errado”, quando devíamos fazer o oposto, o “correcto”.
É assim que se assola um dilema ou um conflito interno da nossa mente. Incapacita-nos para a acção.
Por causa destas duas partes, ou destes dois personagens: a escolha é difícil, no nosso entender não deveria haver duas possibilidades de escolha e sim uma: a mais correcta.
Então porque ocorre o dilema, se nós racionalmente, até sabemos o que “temos” de fazer?
O nosso inconsciente é muito mais sábio e atento, não envia sinais de forma indiligente e usa as nossas emoções para ajudar-nos a perceber de facto o que queremos. O consciente é a mente superficial e é peremptório a racionalizar as coisas, mas, o inconsciente também tem algo a dizer: informa-nos, enviando sinais para que estejamos atentos.
Do ponto de vista racional, um dilema é apenas uma indecisão.
Visto e sentido pelo inconsciente, é algo mais profundo, é aquilo que faríamos se não tivéssemos objecções, regras, imposições, interesses, vida social,  etc.
O inconsciente apenas aponta-nos outro caminho mandando sinais para que o nosso consciente se aperceba do que sente a mente profunda.
“Todo o conhecimento é tomar consciência do inconsciente.”
Agora que já percebemos como se processa o dilema, em termos estruturais, vamos perceber de que forma a podemos amenizar ou neutralizar.
Depois da percepção deste conflito, queremos tomar a tal “decisão”. O que devo fazer? Interiormente, repito, existem duas opções. Uma correcta e outra errada.
Isto ocorre porque não conseguimos enxergar ou sentir as Intenções Positivas de ambas partes ou de ambos personagens. Rotulamos um de “bom” e outro de “mau”.
Por exemplo: alguém que está a fazer uma dieta e tem um desejo, enorme, de comer algo “errado” naquela fase de emagrecimento, sentindo que se trata de um boicote. Observemos que  a mente inconsciente quer suprir aquele desejo e a mente consciente quer controlá-lo.
O que fará esta pessoa, então? Cede ou resiste?
Analisando as duas partes, ambas têm a sua intenção positiva, ambas objectivam o nosso bem-estar, uma por saciar o desejo e outra por querer emagrecer. Certo?!
Assim é, com todos os nossos conflitos internos, se dissecarmos cada um dos dois personagens presentes no dilema, chegaremos a uma intenção, pode ser igual para ambos e caso isto não aconteça, das duas uma, ou não existe conflito, ou não dissecámos o suficiente.
Afirmo isto com segurança: cada personagem é uma parte de nós; o inconsciente e o consciente são partes de nós; a emoção e a razão tentam equilibrar-se na nossa mente.
Uma coisa é certa – ambas desejam o nosso bem-estar, a paz, a felicidade, entre outros valores que queiramos entender.
A única forma de “resolver” o conflito interno, é escolher o que se deseja – na medida em que nos satisfaça, sem ignorar ou culpar a outra parte, que pretende, exactamente, o mesmo.
Lembrem-se sempre, que existe uma intenção positiva escondida em cada dilema. Isto alivia e liberta-nos universalmente.
Sejam felizes.
Até breve.

Sandra Pereira
http://alma.indika.cc/gestao-de-conflitos-internos/

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Gratidão

Impele-me a necessidade de falar sobre Gratidão.
Poucos sabem ser gratos: que não se resume a dizer um simples “obrigada/o”.
Gratidão é uma sensação, emoção ou sentimento: internamente reconhecemos algo como sendo um benefício ou uma dádiva para nós.
Podemos reconhecer o que quisermos e almejarmos: a vida, o ar que respiramos, coisas, sensações, pessoas, acontecimentos, etc. Não há limites para se ser grato.
Contudo é algo que não se ensina a fazer. É mais difícil do que explicar o que é sentir gratidão, é necessário ter o carácter indómito para gerir tal capacidade: agradecer internamente.
Eu sinto-me grata por sentir gratidão em tudo o que me rodeia. Eu semeei a capacidade de ser grata pelo que me rodeia, pelo que me surge como oportunidade de crescer.
Considero, portanto, que é uma escolha interna que fazemos.
Contribui para a auto-estima, auto-realização e é ao mesmo tempo um acto despretensioso. Eu não quero nada em troca.
As pessoas que desenvolvem este hábito, de agradecer, vivem mais satisfeitas, são mais alegres. Sorriem mais. Amam-se e amam os outros. Colocam o seu foco em aspectos, acontecimentos e pensamentos positivos.
Creio que é fácil intuir que a felicidade altruísta também é um gesto de gratidão: ficar feliz pela felicidade dos outros contribui para a minha felicidade.
Como fazer isto?
Já me questionaram diversas vezes: como consegues manter-te feliz e alegre? Parece que aos olhos dos outros, quando vivemos ou experienciamos algumas dificuldades na vida, não temos “motivos” para sentir felicidade – deveríamos estar tristes?!
“Não temos nada para agradecer, quando tudo corre mal.”
Discordo: eu não me revejo nos acontecimentos negativos, opto por focar-me no proveito que retiro das coisas que me fazem crescer e melhorar. Foco no bem que faço com o pior que me acontece.
Nesta realidade, a gratidão actua como um escudo que me protege de pensamentos e comportamentos negativos ou nocivos. A frustração, decepção e arrependimento não me invadem a mente nem o corpo.
É importante fazer esta gestão, espiar o nosso modo de pensar e sentir, ou condicionamos tudo o que se segue depois desse momento.
A Gratidão e a Programação Neurolinguística
A gentileza, a generosidade e a felicidade estão relacionadas com a gratidão.
Ao praticar gratidão, activamos um sistema de recompensa do cérebro, trazendo bem-estar e prazer à nossa mente e corpo, através da libertação de dopamina, (um neurotransmissor): a dopamina funciona de forma cíclica, quanto mais a libertamos, mais felizes nos sentimos e mais dopamina libertamos a seguir, reforçando este ciclo no organismo.
Podemos tirar partido desta situação: auxiliando directamente na nossa automotivação.
Exercitar a gratidão eleva, assim, o nível de emoções positivas, bem-estar e satisfação pessoal.
Observando do ponto de vista prático, podemos perceber como funcionamos num cenário oposto a este.
Imaginemos que estamos perante uma situação de desmotivação, frustração ou procrastinação.
A falta de entusiasmo, por exemplo, pode estar integrada na baixa ou inexistente produção de dopamina no organismo.
O nosso comportamento alerta-nos para este acontecimento, se:
  • Desenvolvemos dúvidas acerca da nossa capacidade para executar determinadas tarefas;
  • Sentimos descrença pessoal e não agimos, (crenças limitadoras);
  • Sentimos frustração por não alcançarmos os nossos objectivos;
  • Não desenvolvemos um plano para solucionar problemas;
  • Não existe vontade para realizar tarefas.
Em suma: o primeiro passo é substituir os nossos pensamentos negativos por pensamentos de ânimo; praticar o auto-elogio; focar nos sucessos alcançados; substituir crenças limitadoras por crenças poderosas; privilegiar a saúde e o corpo como um templo.
Por último: valorizar quem está ao seu lado e deixar para trás o que já lá vai!
Sugestão: à noite e antes de adormecer, relembre uma coisa positiva que lhe aconteceu nesse dia. Visualize e sinta as emoções que lhe são trazidas por essa lembrança. Relembre, se for o caso, quem esteve presente. Fixe essa emoção. Agradeça!

Sejam felizes.
Até breve.
Sandra Pereira
http://alma.indika.cc/gratidao-e-inteligencia-emocional/