Poucos sabem ser gratos: que não se resume a dizer um simples “obrigada/o”.
Gratidão é uma sensação, emoção ou sentimento: internamente reconhecemos algo como sendo um benefício ou uma dádiva para nós.
Podemos reconhecer o que quisermos e almejarmos: a vida, o ar que respiramos, coisas, sensações, pessoas, acontecimentos, etc. Não há limites para se ser grato.
Contudo é algo que não se ensina a fazer. É mais difícil do que explicar o que é sentir gratidão, é necessário ter o carácter indómito para gerir tal capacidade: agradecer internamente.
Eu sinto-me grata por sentir gratidão em tudo o que me rodeia. Eu semeei a capacidade de ser grata pelo que me rodeia, pelo que me surge como oportunidade de crescer.
Considero, portanto, que é uma escolha interna que fazemos.
Contribui para a auto-estima, auto-realização e é ao mesmo tempo um acto despretensioso. Eu não quero nada em troca.
As pessoas que desenvolvem este hábito, de agradecer, vivem mais satisfeitas, são mais alegres. Sorriem mais. Amam-se e amam os outros. Colocam o seu foco em aspectos, acontecimentos e pensamentos positivos.
Creio que é fácil intuir que a felicidade altruísta também é um gesto de gratidão: ficar feliz pela felicidade dos outros contribui para a minha felicidade.
Como fazer isto?
Já me questionaram diversas vezes: como consegues manter-te feliz e alegre? Parece que aos olhos dos outros, quando vivemos ou experienciamos algumas dificuldades na vida, não temos “motivos” para sentir felicidade – deveríamos estar tristes?!
“Não temos nada para agradecer, quando tudo corre mal.”
Discordo: eu não me revejo nos acontecimentos negativos, opto por focar-me no proveito que retiro das coisas que me fazem crescer e melhorar. Foco no bem que faço com o pior que me acontece.
Nesta realidade, a gratidão actua como um escudo que me protege de pensamentos e comportamentos negativos ou nocivos. A frustração, decepção e arrependimento não me invadem a mente nem o corpo.
É importante fazer esta gestão, espiar o nosso modo de pensar e sentir, ou condicionamos tudo o que se segue depois desse momento.
A Gratidão e a Programação Neurolinguística
A gentileza, a generosidade e a felicidade estão relacionadas com a gratidão.
Ao praticar gratidão, activamos um sistema de recompensa do cérebro, trazendo bem-estar e prazer à nossa mente e corpo, através da libertação de dopamina, (um neurotransmissor): a dopamina funciona de forma cíclica, quanto mais a libertamos, mais felizes nos sentimos e mais dopamina libertamos a seguir, reforçando este ciclo no organismo.
Podemos tirar partido desta situação: auxiliando directamente na nossa automotivação.
Exercitar a gratidão eleva, assim, o nível de emoções positivas, bem-estar e satisfação pessoal.
Observando do ponto de vista prático, podemos perceber como funcionamos num cenário oposto a este.
Imaginemos que estamos perante uma situação de desmotivação, frustração ou procrastinação.
A falta de entusiasmo, por exemplo, pode estar integrada na baixa ou inexistente produção de dopamina no organismo.
O nosso comportamento alerta-nos para este acontecimento, se:
- Desenvolvemos dúvidas acerca da nossa capacidade para executar determinadas tarefas;
- Sentimos descrença pessoal e não agimos, (crenças limitadoras);
- Sentimos frustração por não alcançarmos os nossos objectivos;
- Não desenvolvemos um plano para solucionar problemas;
- Não existe vontade para realizar tarefas.
Em suma: o primeiro passo é substituir os nossos pensamentos negativos por pensamentos de ânimo; praticar o auto-elogio; focar nos sucessos alcançados; substituir crenças limitadoras por crenças poderosas; privilegiar a saúde e o corpo como um templo.
Por último: valorizar quem está ao seu lado e deixar para trás o que já lá vai!
Sugestão: à noite e antes de adormecer, relembre uma coisa positiva que lhe aconteceu nesse dia. Visualize e sinta as emoções que lhe são trazidas por essa lembrança. Relembre, se for o caso, quem esteve presente. Fixe essa emoção. Agradeça!
Sejam felizes.
Até breve.
Sandra Pereira
http://alma.indika.cc/gratidao-e-inteligencia-emocional/
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