Publicação em destaque

terça-feira, 19 de junho de 2018

Gerir o Medo


O medo é a emoção que tem mais protagonismo na vida de qualquer pessoa, tornando-se num factor limitador, impedindo a concretização de sonhos ou objectivos.

Medo Racional vs Medo Irracional

É importante identificar que tipo de medo estamos a viver, isto para que se possa encontrar a forma de lidar com o mesmo, usando um recurso emocional que o possa neutralizar, tal como a coragem, segurança, confiança ou outro que sirva de contraforte.
O Medo racional surge numa situação que nos coloca em perigo e conseguimos identificar através dos sintomas e do contexto em que estamos inseridos. Por exemplo: medo de animais perigosos.
O medo irracional, nasce sem nos apercebermos qual a causa ou origem e muitas vezes sem nos causar qualquer dano ou lesão. Por exemplo: medo do escuro.
O medo racional é mais producente na medida em que encontramos uma possível solução: ganhar coragem, fugir, esconder, proteger, etc.
Em contrapartida, o medo irracional paralisa-nos e impede-nos de agir, uma vez que não identificamos imediatamente o que nos aflige.

Estar preparado

Quando sabemos identificar a causa do nosso medo racional, é mais fácil prepararmo-nos para tal, de forma a neutralizar esse medo e não nos limitarmos a fazer o que queremos.
Usando uma metáfora: o medo é como se fosse o nosso inimigo e neste caso, é necessário tornar o medo nosso aliado, conhecendo-o, entendendo-o e acalmando a nossa mente.
Muitas vezes o medo é nosso aliado quando nos alerta para o perigo. Nesses casos, a nossa reacção, seja por segurança ou protecção, é a melhor forma de lidar com o medo.
Por outro lado, não enfrentar o nosso medo deixa margem à imaginação para fantasiar sobre possíveis perigos e desfechos para a situação. É como se disséssemos à nossa mente que é o facto de eu não enfrentar a situação que nos tem protegido, pois de outra forma, seria horrível, apesar de não o sabermos. Seja detective da sua vida, teste o seu medo.
O medo racional pode ser combatido com algumas medidas de precaução, enquanto que o medo irracional requer uma análise ou uma introspecção profunda.
Medidas para enfrentar e gerir o medo
Se sofre de algum medo incapacitante, no momento presente, estas medidas são para si:
  1. Aceite e entenda a origem do medo. Faça a gestão da emoção, perceba qual a resposta que se dá ao medo, quais as acções e quais os sintomas que o medo provoca. Ajuda se registar as ocorrências, consoante a situação, padrão, hora, etc.
  2. Perceba os pensamentos negativos que alimentam esse medo. Como processa a informação que antecede o medo? Como poderá corrigir esses pensamentos ou substituí-los por pensamentos mais positivos?
  3. Foque-se no presente, ajuda se “sentir” o presente, o que está a ver, ouvir e sentir? Desvie a sua atenção do futuro de forma a não criar ansiedade para o que o preocupa ou assusta.
  4. Liste as situações que lhe causam desconforto e comece a lidar com as que são menos preocupantes de forma a adquirir confiança para lidar com as mais preocupantes. Faça uma escala de 0 a 10, se for mais fácil ou coloque por ordem hierárquica.
  5. Faça uma lista de situações bem sucedidas, anote: medo, causa, recurso usado para combater o medo e o resultado. Lembrem-se que já chegou até aqui e que venceu muitos desafios, este é só mais um!
Uma forma de abraçarmos os nossos desafios é realizarmos tarefas positivas e que aumentem e potenciem os nossos recursos internos tais como: confiança, humor, paixão, alegria, segurança, felicidade entre tantos outros.
Do que está à espera para ser feliz?

Metáfora sobre o medo - para reflectir.
“Era uma vez uma mulher.
Há vários anos que era seguida por um estranho quando ia à rua. Andava sempre cinco metros atrás dela. Fitava-a à medida que ela se afastava. Olhava de esguelha para se distanciar o suficiente.
Apavorada — nem sequer o olhava —, acelerava o passo. Seria imaginação?
Um dia cruzaram-se, pela primeira vez, quando seguiam em direcções opostas. O estranho parou. Olhou-a seriamente. Ela ficou nervosa, assustada: o que pretenderia ele? Não soube a resposta: não teve a audácia para o enfrentar. Seguiu o seu caminho.
A partir desse dia, aquilo repetia-se. Cruzavam-se espontaneamente e comportavam-se da mesma maneira: o estranho parava, mirava; a mulher seguia, desviava o olhar, sempre nervosa, com passos rápidos.
Até que estes encontros deixaram de ocorrer. A mulher chegou, mesmo, a acreditar que nunca mais o iria ver: passaram-se uns anos e nada do tal estranho.
Há umas semanas, estava ela numa esplanada, lendo um livro, sossegada, quando sentiu que alguém se sentou ao seu lado: era ele. Não foi preciso olhar para o reconhecer; sentia-o. Regressou instantaneamente aquele temor que lhe era familiar. Desta vez, suava, sentia-se zonza: o estranho estava mesmo ali, a olhar descaradamente, a querer penetrar na sua mente.
Levantou-se envergonhada. Parecia que alguém a julgava. Sentiu raiva de si mesma. Deu três passos cambaleantes: os nervos eram mais do que evidentes. Parou, virou-se, enfrentou aquele estranho que lhe dava um olhar perturbador, cerrado. Profundo. Não soube dizer qual a cor dos seus olhos ou o que trazia vestido; mas lembrava-se do seu sorriso, enquanto ela sorria de volta.
Enfrentou o seu próprio medo.”
Texto “A Cura Interna” do livro: Contos Metafóricos
Até breve.
Sandra Pereira, Life Coach e Formadora de Gestão Emocional

artigo em http://alma.indika.cc/gerir-o-medo/
https://www.rostos.pt/inicio2.asp?cronica=11000457

Sem comentários:

Enviar um comentário

Coloca aqui as tuas questões...