O medo é a
emoção que tem mais protagonismo na vida de qualquer pessoa, tornando-se num
factor limitador, impedindo a concretização de sonhos ou objectivos.
Medo Racional vs Medo Irracional
É importante
identificar que tipo de medo estamos a viver, isto para que se possa encontrar
a forma de lidar com o mesmo, usando um recurso emocional que o possa
neutralizar, tal como a coragem, segurança, confiança ou outro que sirva de
contraforte.
O Medo
racional surge numa situação que nos coloca em perigo e conseguimos identificar
através dos sintomas e do contexto em que estamos inseridos. Por exemplo: medo
de animais perigosos.
O medo
irracional, nasce sem nos apercebermos qual a causa ou origem e muitas vezes
sem nos causar qualquer dano ou lesão. Por exemplo: medo do escuro.
O medo
racional é mais producente na medida em que encontramos uma possível solução:
ganhar coragem, fugir, esconder, proteger, etc.
Em
contrapartida, o medo irracional paralisa-nos e impede-nos de agir, uma vez que
não identificamos imediatamente o que nos aflige.
Estar preparado
Quando
sabemos identificar a causa do nosso medo racional, é mais fácil prepararmo-nos
para tal, de forma a neutralizar esse medo e não nos limitarmos a fazer o que
queremos.
Usando uma
metáfora: o medo é como se fosse o nosso inimigo e neste caso, é necessário
tornar o medo nosso aliado, conhecendo-o, entendendo-o e acalmando a nossa
mente.
Muitas vezes
o medo é nosso aliado quando nos alerta para o perigo. Nesses casos, a nossa
reacção, seja por segurança ou protecção, é a melhor forma de lidar com o medo.
Por outro
lado, não enfrentar o nosso medo deixa margem à imaginação para fantasiar sobre
possíveis perigos e desfechos para a situação. É como se disséssemos à nossa
mente que é o facto de eu não enfrentar a situação que nos tem protegido, pois
de outra forma, seria horrível, apesar de não o sabermos. Seja detective da sua
vida, teste o seu medo.
O medo
racional pode ser combatido com algumas medidas de precaução, enquanto que o
medo irracional requer uma análise ou uma introspecção profunda.
Medidas para enfrentar e gerir o medo
Se sofre de
algum medo incapacitante, no momento presente, estas medidas são para si:
- Aceite e entenda a origem do
medo. Faça a gestão da emoção, perceba qual a resposta que se dá ao medo,
quais as acções e quais os sintomas que o medo provoca. Ajuda se registar
as ocorrências, consoante a situação, padrão, hora, etc.
- Perceba os pensamentos
negativos que alimentam esse medo. Como processa a informação que antecede
o medo? Como poderá corrigir esses pensamentos ou substituí-los por
pensamentos mais positivos?
- Foque-se no presente, ajuda se
“sentir” o presente, o que está a ver, ouvir e sentir? Desvie a sua
atenção do futuro de forma a não criar ansiedade para o que o preocupa ou
assusta.
- Liste as situações que lhe
causam desconforto e comece a lidar com as que são menos preocupantes de
forma a adquirir confiança para lidar com as mais preocupantes. Faça uma
escala de 0 a 10, se for mais fácil ou coloque por ordem hierárquica.
- Faça uma lista de situações bem
sucedidas, anote: medo, causa, recurso usado para combater o medo e o
resultado. Lembrem-se que já chegou até aqui e que venceu muitos desafios,
este é só mais um!
Uma forma de
abraçarmos os nossos desafios é realizarmos tarefas positivas e que aumentem e
potenciem os nossos recursos internos tais como: confiança, humor, paixão,
alegria, segurança, felicidade entre tantos outros.
Do que está
à espera para ser feliz?
Metáfora sobre o medo - para reflectir.
“Era uma vez
uma mulher.
Há vários
anos que era seguida por um estranho quando ia à rua. Andava sempre cinco
metros atrás dela. Fitava-a à medida que ela se afastava. Olhava de esguelha
para se distanciar o suficiente.
Apavorada —
nem sequer o olhava —, acelerava o passo. Seria imaginação?
Um dia
cruzaram-se, pela primeira vez, quando seguiam em direcções opostas. O estranho
parou. Olhou-a seriamente. Ela ficou nervosa, assustada: o que pretenderia ele?
Não soube a resposta: não teve a audácia para o enfrentar. Seguiu o seu caminho.
A partir
desse dia, aquilo repetia-se. Cruzavam-se espontaneamente e comportavam-se da
mesma maneira: o estranho parava, mirava; a mulher seguia, desviava o olhar,
sempre nervosa, com passos rápidos.
Até que
estes encontros deixaram de ocorrer. A mulher chegou, mesmo, a acreditar que
nunca mais o iria ver: passaram-se uns anos e nada do tal estranho.
Há umas
semanas, estava ela numa esplanada, lendo um livro, sossegada, quando sentiu
que alguém se sentou ao seu lado: era ele. Não foi preciso olhar para o reconhecer;
sentia-o. Regressou instantaneamente aquele temor que lhe era familiar. Desta
vez, suava, sentia-se zonza: o estranho estava mesmo ali, a olhar
descaradamente, a querer penetrar na sua mente.
Levantou-se
envergonhada. Parecia que alguém a julgava. Sentiu raiva de si mesma. Deu três
passos cambaleantes: os nervos eram mais do que evidentes. Parou, virou-se,
enfrentou aquele estranho que lhe dava um olhar perturbador, cerrado. Profundo.
Não soube dizer qual a cor dos seus olhos ou o que trazia vestido; mas
lembrava-se do seu sorriso, enquanto ela sorria de volta.
Enfrentou o
seu próprio medo.”
Texto “A
Cura Interna” do livro: Contos Metafóricos
Até breve.
Sandra
Pereira, Life Coach e Formadora de Gestão Emocional
artigo em http://alma.indika.cc/gerir-o-medo/
https://www.rostos.pt/inicio2.asp?cronica=11000457
https://www.rostos.pt/inicio2.asp?cronica=11000457
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