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domingo, 26 de agosto de 2018

Do querer dar ao saber Partilhar nas relações

Novo Artigo na Revista Digital PROGREDIR.

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Criar e manter relações é o desafio do Homem como um ser social no seu íntimo desejo de ser sociável. A forma como se conecta, comunica e partilha, é um desafio que ainda está longe de se conseguir compreender e mudar. Por Sandra Lima Pereira

in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2018
(clique no link acima para ler o artigo na Revista)

Um relacionamento depende essencialmente da boa comunicação entre os intervenientes e da capacidade de partilhar sonhos, pensamentos, emoções, desafios e até mesmo necessidades pessoais.
Entenda-se por relacionamento: todo e qualquer tipo de vínculo com colegas, amigos, conhecidos, familiares e parceiros amorosos.

Seja qual for o tipo de relação, o sucesso desta, está no equilíbrio e na gestão dos comportamentos que são tomados em respeito e consideração pelo outro. É importante ter em conta que quando um não se dispõe a contribuir e partilhar, o outro não pode compensar pela falta deste, logo a relação “a dois” não se sustenta, a não ser que haja cedência massiva por parte de um dos elementos, criando desarmonia neste laço.

Tendo em consideração a individualidade e personalidade de cada pessoa, uma relação a dois, só se orquestra quando há uma intenção em comum por parte de cada elemento: o bem-estar de ambos. Seja qual for a intenção, não podemos julgar a qualidade nem o motivo da mesma.

Este bem-estar envolve a tal boa comunicação, a necessidade de agradar, de ser compreendido, reconhecido e amado. É fácil afirmar, contudo, não se consegue receber algo, sem se dar, primeiro ou partilhar.

Partilhar pode começar por se dizer primeiro o que se quer e o que se sente ou ninguém vai compreender. Partilhar não se restringe ao mundo material. Partilhar pode simbolizar a capacidade de se ser flexível, recetivo, saber escutar, criar empatia pelo outro. O maior mal deste século é a solidão, justamente porque o ser humano não aprendeu a partilhar, a compreender, a criar empatia, logo criam-se seres isolados da restante humanidade. Por sua vez, cada vez menos compreendidos por não se terem questionado primeiro: o que pretendo receber se não aprendi a partilhar? Esta questão elimina toda a toxicidade mental que nos afasta do resto do mundo.

Diria que a partilha se alimenta da confiança, capacidade empática, disponibilidade e de uma comunicação eficaz.

Analisando por partes: a confiança depende primeiro da autoconfiança. Dificilmente se confia nos outros se não se confiar em si mesmo. Isto vale para o amor: não se pode amar ou aprender a amar os outros sem se amar a si próprio. O primeiro amor tem de ser o amor-próprio assim como a primeira confiança tem de ser a autoconfiança. Entenda-se que o primeiro desafio para nos sabermos relacionar com os outros, é saber como nos relacionamos connosco. Como vivemos sozinhos, como nos compreendemos, como gerimos as nossas emoções e pensamentos, como obtemos prazer pessoal? Sabemos, de facto, viver sozinhos? Confiamos nas nossas ações? Poderemos assim, saber confiar nos outros?

Esta introspeção pode ser útil para sossegar dúvidas existenciais.

A empatia gera-se naturalmente ou não. Quando duas pessoas optam por conviver de forma voluntária, já existe uma “química” ou predisposição em comum, seja ela por interesse mútuo ou não. O que pode providenciar o bom relacionamento é capacidade de se colocarem no lugar do outro, ignorando interesses pessoais, considerados como sendo egoístas.

Poderá ajudar, ao questionar internamente: conseguimos sentir a dor, emoções do outro?
A disponibilidade pode ser entendida de duas maneiras: é o tempo físico que se dispõe para o outro e pode ser, também, o espaço mental que se disponibiliza para “abraçar” as preocupações, desejos e necessidades do outro. Teremos nós capacidade de gerir o nosso tempo e espaço para o outro?

A boa comunicação ou comunicação eficaz, começa, sobretudo, por se saber cultivar uma higiene mental sadia com pensamentos positivos e depois construir e adequar os próprios comportamentos numa relação. Uma comunicação eficaz é saber escutar antes de falar. Conseguiremos escutar mais ao invés de ouvir, apenas?

Ao interpretarmos as nossas intenções, juntamente com a nossa vontade de nos relacionarmos com A, B ou C, poderemos chegar a um equilíbrio interno de satisfação pessoal que irá com toda a certeza passar para o outro lado, evocando, quiçá a mesma vontade e a mesma intenção.

Chama-se partilha a tudo o que quisermos dar sem esperar nada em troca, este é um exercício de elevada dificuldade, mas quando bem executado, trará compensações muito acima do expectável como seres humanos, diria mesmo que a recompensa é mais espiritual.
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SANDRA LIMA PEREIRA
LIFE COACH, FORMADORA DE GESTÃO EMOCIONAL, ESCRITORA
sandrapereiracoaching.blogspot.com
www.facebook.com/semearatitudepositiva
sassacoaching@gmail.com

in REVISTA PROGREDIR | AGOSTO 2018
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