As feridas emocionais surgem na nossa infância e depois são transportadas para a nossa vida adulta, na maioria das situações ocorrem na nossa juventude, na melhor altura, visto não possuirmos maturidade ou desenvolvimento pessoal e emocional capaz de entender o mundo.
Algumas feridas acompanham sempre “abertas” atribuindo
culpa aos nossos comportamentos incompreendidos, aos nossos medos, às nossas
inseguranças, emoções e bloqueios que incapacitam a nossa vivência enquanto
seres emocionais.
Numa metáfora eu vou elaborar as cicatrizes, são
aquelas feridas que fecharam. Mas será que fecharam mesmo? Estarão saradas as
memórias ou emoções deixadas naquela cicatriz? A cicatriz funciona como um âncora,
eu até posso não me lembrar do acontecimento mas a marca está lá. A única
diferença é que pode não criar mal estar, pode esytar mesmo resolvido o assunto
que a envolve.
As feridas causam dor, as cicatrizes não. Eu posso
afirmar que cicatrizei uma ferida qando esta já não me causa dor.
As feridas emocionais
1. Abandono: atribuição
da incapacidade de proteção por parte dos pais, tutores ou educadores, na
infância.
As marcas emocionais refletem-se através do medo e
insegurança de serem abandonados em adultos.
2. Rejeição: atribuição
de falta de compreensão por parte dos pais, uns dos fatores mais
importantes no desenvolvimento da
criança é a sua segurança emocional que depende do afeto e do carinho.
As marcas emocionais refletem-se na desconfiança
exacerbada e afastamento emocionais pelos seus pares.
3. Injustiça:
atribuição de sentimento de igualdade ou justiça, em criança, perante os
outros: colegas, irmãos, etc.
As marcas emocionais refletem-se na insegurança e
incapacidade própria de solucionar ou resolver os seus problemas. Também podem
tornar-se inseguros na conquista dos seus objetivos.
4. Traição:
atribuição de sentimentos de desonestidade, desconfiança e insegurança no
cumprimento de promessas feitas pelos pais ou os seus pares.
As marcas emocionais podem refletir, numa fase adulta,
a sua própria má conduta, no que diz respeito a ser leal e fiel aos outros,
para se autoproteger de outras possíveis traições e/ou tornar-se muito inseguro
ao confiar nos outros.
5. Humilhação:
atribuição de desprezo, culpa e constrangimento familiar e/ou social.
Dependendo do grau de humilhação vivido, pode gerar trauma ou fobia a
determinadas situações.
As marcas emocionais podem espelhar a fobia recalcada
e fraqueza na tomada de decisões, falta de autoconfiança e autoestima.
Cuidar da minha Criança Interior
Após
reconhecer uma ou mais feridas, é preciso entender se a ferida já cicatrizou.
Todos nós
vivenciamos, uma ou mais feridas e não têm mal nenhum, o importante é
reconhecer que elas existem ou existiram e que podem ser cuidadas e
cicatrizadas.
Cuidar implica
ser afetivo e compreensivo. Com quem?
Aqui o/a
leitor(a), poderá comunicar em diálogo interno, o exercício seguinte sobre
autocompaixão. Esta é a orientação:
O amor é o melhor
cicatrizante e a cura não poderia vir de uma melhor médica: eu própria.
1.
Entender,
compreender e aceitar a minha dor: para a minha C.I. se sentir acolhida, tenho
de a receber num lugar seguro e não se sentir julgada. O autojulgamento impede
esta cicatrização. A relação e importância das minhas emoções, dependem daquilo
que eu faço com elas. Eu escolho, eu decido, eu mudo.
“Eu sou livre de culpa,
mereço apenas amor e cuidado.”
2.
Perguntar:
o que preciso? Em criança eu não
recebi (sim ou não), tudo o que precisava. Então hoje, em adulta posso dar
aquilo que realmente necessito de receber. (Esta é uma prática ou pacto de
compromisso entre a criança interior e o ser adulto.)
“Estarei sempre atenta às minhas necessidades”.
3.
Autogentileza:
é muito comum, eu exigir demasiado de mim, talvez porque em criança fui
obrigada a isso. Mas hoje, posso escolher sem complacente e gentil comigo
mesma. Basta entender a urgência e prioridade nas coisas que tenho para
realizar. Será importante fazer isto já? Posso adiar?
“Eu mereço o meu respeito”.
4.
Cuidar
de mim, em primeiro lugar não é egoísmo e sim priorizar as minhas necessidades
e não necessito de aprovação externa para o fazer.
“Eu coloco-me em primeiro
plano”.
5.
Celebrar
conquistas: quantas vezes não recebi congratulações e reconhecimento dos
outros? E minhas? Saber celebrar as minhas conquistas é a minha recompensa e é
muito satisfatório quando me mimo com as coisas que gosto.
“Eu celebro e saboreio cada
vitória”.
6.
Disciplinar-me,
automotivar as minhas metas e atingir objetivos. Muitas vezes obtenho
frustração quando não alcanço o que quero. É importante determinar quais são as
minhas metas e estabelecer um plano de execução e ação para esta finalidade.
“A minha C.I. confia em mim para se
sentir orientada e segura”.
Se
experimentarem uma vez, este exercício, acreditem que valerá a pena, este
início de transformação e autodescoberta.
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