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quarta-feira, 13 de julho de 2022

Como sarar as feridas emocionais?

As feridas emocionais surgem na nossa infância e depois são transportadas para a nossa vida adulta, na maioria das situações ocorrem na nossa juventude, na melhor altura, visto não possuirmos maturidade ou desenvolvimento pessoal e emocional capaz de entender o mundo.

Algumas feridas acompanham sempre “abertas” atribuindo culpa aos nossos comportamentos incompreendidos, aos nossos medos, às nossas inseguranças, emoções e bloqueios que incapacitam a nossa vivência enquanto seres emocionais.

Numa metáfora eu vou elaborar as cicatrizes, são aquelas feridas que fecharam. Mas será que fecharam mesmo? Estarão saradas as memórias ou emoções deixadas naquela cicatriz? A cicatriz funciona como um âncora, eu até posso não me lembrar do acontecimento mas a marca está lá. A única diferença é que pode não criar mal estar, pode esytar mesmo resolvido o assunto que a envolve.

As feridas causam dor, as cicatrizes não. Eu posso afirmar que cicatrizei uma ferida qando esta já não me causa dor.

As feridas emocionais

 

1.    Abandono: atribuição da incapacidade de proteção por parte dos pais, tutores ou educadores, na infância.

As marcas emocionais refletem-se através do medo e insegurança de serem abandonados em adultos.

 

2.    Rejeição: atribuição de falta de compreensão por parte dos pais, uns dos fatores mais importantes  no desenvolvimento da criança é a sua segurança emocional que depende do afeto e do carinho.

As marcas emocionais refletem-se na desconfiança exacerbada e afastamento emocionais pelos seus pares.

 

3.    Injustiça: atribuição de sentimento de igualdade ou justiça, em criança, perante os outros: colegas, irmãos, etc.

As marcas emocionais refletem-se na insegurança e incapacidade própria de solucionar ou resolver os seus problemas. Também podem tornar-se inseguros na conquista dos seus objetivos.

 

4.    Traição: atribuição de sentimentos de desonestidade, desconfiança e insegurança no cumprimento de promessas feitas pelos pais ou os seus pares.

As marcas emocionais podem refletir, numa fase adulta, a sua própria má conduta, no que diz respeito a ser leal e fiel aos outros, para se autoproteger de outras possíveis traições e/ou tornar-se muito inseguro ao confiar nos outros.

 

5.    Humilhação: atribuição de desprezo, culpa e constrangimento familiar e/ou social. Dependendo do grau de humilhação vivido, pode gerar trauma ou fobia a determinadas situações.

As marcas emocionais podem espelhar a fobia recalcada e fraqueza na tomada de decisões, falta de autoconfiança e autoestima.

Cuidar da minha Criança Interior

Após reconhecer uma ou mais feridas, é preciso entender se a ferida já cicatrizou.

Todos nós vivenciamos, uma ou mais feridas e não têm mal nenhum, o importante é reconhecer que elas existem ou existiram e que podem ser cuidadas e cicatrizadas.

Cuidar implica ser afetivo e compreensivo. Com quem?

Aqui o/a leitor(a), poderá comunicar em diálogo interno, o exercício seguinte sobre autocompaixão. Esta é a orientação:

O amor é o melhor cicatrizante e a cura não poderia vir de uma melhor médica: eu própria.

 

1.    Entender, compreender e aceitar a minha dor: para a minha C.I. se sentir acolhida, tenho de a receber num lugar seguro e não se sentir julgada. O autojulgamento impede esta cicatrização. A relação e importância das minhas emoções, dependem daquilo que eu faço com elas. Eu escolho, eu decido, eu mudo.

“Eu sou livre de culpa, mereço apenas amor e cuidado.”

 

2.    Perguntar: o que preciso? Em criança eu não recebi (sim ou não), tudo o que precisava. Então hoje, em adulta posso dar aquilo que realmente necessito de receber. (Esta é uma prática ou pacto de compromisso entre a criança interior e o ser adulto.)

“Estarei sempre atenta às minhas necessidades”.

 

3.    Autogentileza: é muito comum, eu exigir demasiado de mim, talvez porque em criança fui obrigada a isso. Mas hoje, posso escolher sem complacente e gentil comigo mesma. Basta entender a urgência e prioridade nas coisas que tenho para realizar. Será importante fazer isto já? Posso adiar?

“Eu mereço o meu respeito”.

 

4.    Cuidar de mim, em primeiro lugar não é egoísmo e sim priorizar as minhas necessidades e não necessito de aprovação externa para o fazer.

“Eu coloco-me em primeiro plano”.

 

5.    Celebrar conquistas: quantas vezes não recebi congratulações e reconhecimento dos outros? E minhas? Saber celebrar as minhas conquistas é a minha recompensa e é muito satisfatório quando me mimo com as coisas que gosto.

“Eu celebro e saboreio cada vitória”.

 

6.    Disciplinar-me, automotivar as minhas metas e atingir objetivos. Muitas vezes obtenho frustração quando não alcanço o que quero. É importante determinar quais são as minhas metas e estabelecer um plano de execução e ação para esta finalidade.

“A minha C.I. confia em mim para se sentir orientada e segura”.

 

Se experimentarem uma vez, este exercício, acreditem que valerá a pena, este início de transformação e autodescoberta.

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