As emoções tornam-se nossas aliadas na medida em que revelam e ajudam a satisfazer as nossas necessidades: sobrevivência, afeto, nutrição, comunicação e relacionamento, entre outras.
As emoções
preparam-nos fisiologicamente para a ação, por exemplo na reação imediata ao
medo, funciona como um alerta ou aviso, deste modo não necessitamos muito de
pensar, a intenção é a sobrevivência.
Outra
relevância sobre as emoções são as micro expressões ou a comunicação através da
linguagem não verbal.
85% da nossa
comunicação é não verbal, ou seja, comunicamos através da linguagem, postura,
gestos e fisiologia do nosso corpo. São as emoções que gerem esta linguagem,
caso não tenhamos consciência absoluta do que estamos a transmitir. Mais uma
vez não é o pensamento racional que coordena esta mensagem, a não ser que o
façamos conscientemente, claro.
A bússola emocional
As emoções
não são nem negativas nem positivas, não têm esse registo intenciona,, nõs é
que as avaliamos como boas ou más, a verdade é que se pensarmos bem e
entendermos a nossa mente emocional, não existem más intenções no que diz
respeito às emoções: têm o seu propósito, são válidas e atendem as nossas
necessidades.
Raiva/Ira: Através do sentimento de injustiça e
quando os nossos direitos foram violados, experienciamos esta emoção –
necessidade ou desejo de proteção.
Medo/Angústia: Através da perceção de perigo,
procuramos sentir segurança ou conforto.
Tristeza/Melancolia: Com a perda ou a falta de algo/alguém,
procuramos o consolo, satisfação e conforto emocional.
Alegria/Felicidade: Vivenciamos estas emoções quando
ganhamos ou conquistamos algo, um objetivo por exemplo. Por norma partilhamos
estas emoções com mais facilidade.
Agora
questiono: se não sentíssemos a raiva ou a tristeza, conseguiríamos compreender
e aceitar as perdas ou aquilo que nos faz falta?
Estratégias para regular as nossas emoções
As emoções
funcionam como um guia ou um GPS, como já perceberam. Agora é importante decidir
o trajeto mais acertado para as nossas vitórias, sejam estas quais forem.
Primeiro é
importante:
1.
Compreender
– a autoempatia é fundamental na inteligência emocional de cada um de nós.
Aprender a conhecer cada emoção e porque ocorrem, quais são os gatilhos ou
comportamentos que evocam cada emoção. O que estou a sentir agora?
2.
Reconhecer
– Estar ciente da emoção do momento ajuda a geri-la, de modo a diferenciá-la
das outras similares que ocorrem com gatilhos diferentes. Reconhecer as situações
e os momentos vividos: estou triste ou zangado, por exemplo? Assim podemos agir
em consonância com cada emoção diferente e sentirmos mais empatia pelos outros
que “culpabilizamos” por este sentir.
3.
Tolerar
– Devemos tolerar o que nos está a acontecer no momento, as emoções não são
eternas, não as vamos viver sempre intensamente, portanto é possível dar
espaço, ou fazer outra atividade de modo a deixar dissipar o “calor” da emoção
que está no momento presente.
4.
Autoregular
– O conhecimento das emoções traz clareza pessoal e autocontrole. Se
entendermos que não vale de nada irmos contra aquilo que estamos a sentir, é
muito mais fácil gerir as emoções. Significa que temos de realizar os passos
estratégicos, referidos acima, entender os nossos pensamentos, pois estes é que
vão gerir as emoções, na medida em que tudo se torna mais consciente. Podemos
controlar a intensidade, impulsividade, culpas ou responsabilizações alheias e
depois deixar assentar o bem-estar.
5.
Comunicar
– Expressar a emoção e transmiti-la às pessoas ao nosso redor para procura de
apoio.
As emoções
ajudam-nos a entender os nossos desejos e se bem escutadas, ensinam-nos qual o
melhor caminho a seguir. Sem este entendimento não conseguimos comunicar ou até
sobreviver, uma vez que reagimos com base neste autoconhecimento. Desta forma
também podemos desenvolver a nossa empatia pelo próximo. Seria um mundo ideal
se assim fosse?!
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