Quem é a
criança interior e como é que esta, influencia o nosso EU adulto?
O
conceito da Criança Interior, foi trazido por Carl Jung em 1924, intitulado de “Inconsciente
Coletivo” – este termo demonstra que existe um mundo onde todos temos uma
semelhança ao sentir medos e ansiar pela felicidade.
É,
também, neste mundo paralelo que existem “referências” sobre o que é ser
responsável, equilibrado, ter atitudes e comportamentos assertivos, a noção do
que é certo e errado e que nos desafiam constantemente na vida.
Independentemente,
se todos conseguimos acreditar ou “cumprir” com estas referências pré-estabelecidas,
neste mundo paralelo da nossa mente, a verdade é que salvo certos problemas do
foro psíquico, todos sentimos se estamos a agir em concordância ou se estamos a
cometer erros.
As
nossas emoções servem de alerta e aviso, caso algo ocorra menos bem e nós somos
“penalizados” pelo bem-estar ou mal-estar que colhemos, fruto dessas ações.
Dentro
deste conceito, o nosso EU, sabe se a nossa criança interior foi feliz ou não
ou se esteve perto ou não destas referências ideais, quais são as suas dores,
revoltas, ressentimentos, abusos e outras feridas emocionais, tais como o
abandono, traição, injustiça, rejeição e solidão.
O
que acontece durante o crescimento pessoal, é que passamos a resistir e
combater essas dores e sofrimento ou a reviver emoções provocadas por momentos
felizes.
Posso
afirmar então que a nossa criança interior: sabe
na sua referência interna que algo não está bem, no entanto não consegue
responder ao “porquê” das suas dores e não sabe resolver a situação que evocou
tal sentimento. Surgem comparações com os outros para encontrar as respostas
que não lhe foram dadas: se teve uns pais fantásticos então teve uma infância
boa e feliz mas se por azar, os pais dos outros são um melhor exemplo, então a
sua infância foi a pior de todas.
Este
comportamento traz consequências para a vida adulta e normalmente manifesta-se
por atos e discursos de vitimização, falta de empatia, autoestima danificada e
muita incompreensão pelo acontece à sua volta, gerando relações interpessoais
muito conflituosas.
Para
cuidar da nossa criança interior, temos de viajar ao passado, inevitavelmente,
é lá que residem as nossas emoções que são trazidas ao presente, por meio de
comparações com situações, repetições de comportamentos e bloqueios ou crenças
ao nível do pensamento já na vida adulta.
Com
o auxílio de um terapeuta profissional e sabendo qual a sua história, pode
ressignificá-la e reenquadrá-la para que a criança residente no adulto, não se
sinta vítima e que o mundo não é injusto, que pode obter amor e é digna disso
mesmo.
O
trabalho de cuidar da criança interior é complexo, dependendo da profundidade
das suas feridas emocionais, do tempo disponível para o processo e da vontade
de curar.
No
final, a criança interior, deverá viver pacificada com o passado que entenderá
melhor, estará desperta para as escolhas que fez, pois dependeram das suas boas
intenções. A criança interior saberá no fim do seu processo de cura, que ainda
vive no presente e que pode ajudar o seu EU adulto nas suas escolhas para criar
novos padrões comportamentais.
Para
concluir, posso garantir que é dos melhores trabalhos internos e que traz
felicidade extrema, aquando da libertação das emoções negativas que aprisionam
a criança que reside dentro de cada um.
Tal
como um filho(a), nós devemos cuidar da nossa criança, ela merece apenas o
nosso amor, pois sem este, nós, enquanto adultos não conseguimos ser felizes,
também.
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